O que aconteceu foi que as características agora deixaram de ser compartilhadas apenas em casa. Calada, a criança é tragada pela sua "nova" imagem refletida pelo espelho da discriminação. Ela toca seus cabelos sem desconfiar que aquele seja um dos autógrafos mais expressivos e incômodos da singularidade da sua raça. Penetrando sua pequena mão entre os fios da sua existência, seus dedos são barrados bruscamente assim como foi feita com a sua auto-estima ao se apresentar a um ambiente coletivo. Sem consciência do que estava sofrendo. Ela não consegue conter o silêncio das lágrimas e verbaliza em duas palavras a impressão que lhe causou a recepção escolar. "Sou feia!". O protesto ecoa pela casa e retorna como uma faca penetrando em seus ouvidos ironicamente agora não mais protegidos pelos seus cabelos crespos, pois estes já estavam acorrentados pela chucha da opressão.
1 comentários:
Adorei!
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